11 METROS, NASCEDOURO DO ATUAL RADIOAMADORISMO
Por Paulo Eduardo Castaldi (PY2CWS) em 28 de Outubro de 2004
Toda estória tem um princípio e com o radioamador não poderia ser diferente. Desde o início do rádio até a década de 70, com a popularização do rádio, muitos veteranos tornaram-se radioamadores após corujarem, acidentalmente, QSO’s entre radioamadores nas faixas de 40 e 20 metros, especialmente em AM.

Entretanto, depois da popularização da faixa dos 11 metros (Faixa do cidadão), muitos vieram a se tornar radioamadores em função da facilidade que encontraram para ingressar no maravilhoso mundo da radiocomunicação; oportunidade que encontraram para desenvolver o próprio potencial de radioamador existente em si, indo posteriormente prestar exames para as classes C ou B. Este fato comprova que a faixa dos 11 metros é nascedouro de futuros radioamadores. Há quem discrimine os operadores da faixa dos 11 metros, classificando-os como: “pexiszeiros” e não como “Operador da faixa do cidadão”, sepultando todos em vala comum. Na realidade não é bem assim, assim como existem os maus operadores, também existem os bons, a mesma coisa acontece no meio radioamadorístico ou qualquer parte da sociedade. O que ocorre e se verifica com facilidade na faixa dos 11 metros é o reflexo cultural do povo latino americano.

Não obstante esta indelével particularidade cultural, que a todos afeta de alguma forma, temos obrigação de reconhecer a importância da faixa do cidadão na geração dos novos e futuros radioamadores.

Mas no entanto, quando mencionamos no meio radioamadorístico tal fato, a grande maioria dos nossos colegas de hobby torcem o nariz e dão de ombros, dizendo: - pexiszeiro ? não quero nem saber, não tenho nada a ver com essa classe, sou radioamador, eles lá e eu cá, que não entrem na minha freqüência.... Mas posso afirmar, sem medo de errar, que dos atuais 20.000 radioamadores brasileiros, mais de 70% foram operadores da faixa do cidadão um dia, ou ainda são !!! – O que não tem nada de vergonhoso, eu mesmo sou um operador da faixa dos 11 metros, e com muito orgulho.

Aqui em Sorocaba, um grupo de amigos radioamadores e PX, modulam todas as noites em AM no canal 17, QRG de 27.165Khz; a presença assídua desses colegas, todos radioamadores classe “A”, há mais de 2 anos neste canal tem contribuído de forma positiva para a melhoria geral dos 11 metros nesta cidade. Tal atitude poderia ser tomada por colegas radioamadores de outras cidades em todo o Brasil. Mas essa convivência tem quer ser pacífica, calorosa, compreensiva, instrutiva, respeitosa e sem jamais se colocar em posição de superioridade, hostilidade ou humilhante. Tem que ter paciência, pois muitos operadores são novatos e desconhecem quase que por completo o que seja a radiocomunicação, mas dentro de cada operador existe potencialmente um “radioamador” que poderá um dia tornar-se um classe “C” ou quem sabe “A”. Compete à equipe fazer emergir do indivíduo este radioamador em potencial. Não digo que devemos ser “babá”, mas mostrar de forma didática o que é o radioamadorismo, de forma fazer ele próprio buscar mais informações a respeito; no máximo criar um grupo de ensino de CW em algum local, sede de amigos de bairro ou casa de algum colega que disponha de espaço. A experiência me ensinou que não devemos incentivar excessivamente, isto é, ao ponto de dar equipamento, mas podem orientar pessoalmente aquele que julgarem reunir condições propícias para se tornar radioamador; sem que seja necessário meter a mão no bolso e comprar um equipamento para ele, se fizer isto poderá se arrepender. Para aquele que não possui condições financeiras de adquirir um equipamento razoável, há possibilidade de ele próprio montar um TX e RX de AM e CW se possuir um pouco de conhecimento em eletrônica. Enfim é preciso incentivar esses potenciais radioamadores.

TABELA DE FREQUENCIA 

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